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A cultura brasileira desenvolveu uma diversidade musical do tamanho do território nacional de tão variada e extensa. A dança da capoeira ao som do berimbau, por exemplo, é tida como herança africana. O baião, por sua vez, é um ritmo autêntico em compadrio com o samba e primo legítimo do maxixe, com direito a festejos de norte a sul. Mas o Brasil também foi barroco em seu coração ibérico.

A obviedade desse quinhão é mais visível na escultura de Aleijadinho ou na arquitetura mineira. Por anterioridade, o fado é filho do barroco, a incendiar a memória afetiva oriunda da época colonial. Pois sim! Descendente dessa linhagem, o choro ou chorinho é a musicalidade brasileira típica da fresca urbanidade, do salão dançante, porque a sublimação da dor no choro é a manha do músico para desafogar a tristeza.

Para acelerar esse compasso insistente e deixar mais claro o ímpeto de alegrar as rodas de salão, nasceu de forma original e genial o jequibau, ritmo de cinco tempos por inteiro (quinquenário), criado por Mário Albanese e Ciro Pereira, constituído pela soma de dois compassos, um de “três” e outro de “dois” ou vise versa, em alternação de compassos. É um entendimento métrico do compasso 5/4. Essa pulsação rítmica é genuinamente brasileira ao encontrar no violão o choro contente na década de ´60.

Ao lado de modismos, como pulso excitante que permanece vivo, o jequibau está prestes a animar as 5 décadas de carreira artística de um de seus criadores, Mário Albanese. Em meados de 2015, a comemoração carreará uma oportunidade de revitalizar a música nativa em um cenário de relativa pobreza, pois, de certo, disseminará o excitante ritmo de sorrisos largos.