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Os ossos do matadouro visitados pelas ratazanas noturnas são os restos dos banquetes dos cachorros sem donos. Os cachorros ainda se apegam ao osso carcomido pelo medo da desgraça que pode se abater sobre eles, ainda que carreguem o odor dos ratos de passagem. É assim também com aqueles que se agarram ao poder e à ganância ilícita, tão sujos e fétidos quanto as urinas de quem as vertem. Raspam a vergonha da dignidade em nome de um passado equivocado e penoso. Despem a decência em nome de estratégia para atingir um fim retroalimentado em si mesmo.Corroem a honestidade em nome dos que suam e produzem riqueza, para deles assaltá-la. Corrompem o mérito em nome da equiparação das minorias alçadas a bandeiras de propaganda, para usufruírem a continuação das burras roubadas. Destroem a reputação longeva de patrimônios comuns em nome de modelos protecionistas para se financiarem as fraudes quadrienais. Mentem sobre o valor, o peso e a medida de tudo em nome do futuro que só a eles pertencem. Castigam a juventude em nome de uma ideologia que a renega a falta de emprego, educação e perspectiva. Nutrem o ódio na divisão entre uns e outros para afirmar que uns são melhores que outros. Fingem a inimizade com outros quando destes tiram as lições que não sabem e não tem competência para realizar em nome de todos. Machucam a lógica em nome de uma realidade disfarçada para cometer fraudes contra o humilde desatento. Mas de tanto promoverem a frustração de todos os sentidos, há um dia em que o silêncio se rompe, a ação cura o medo, a necessidade move, e o sonho de se viver sem coleiras sujas enche o peito de coragem para dizer basta! Chega! Juntos, nós somos maiores do que eles! Unidos, podemos mais que eles! Vem pra rua!