A professora Marlene Lorencini, já é em larga distância uma referência em Educação na região de Jundiaí, graduada em Letras, Pedagogia e Direito, fez Pós-graduação em Gestão Escolar e Neuropsicopedagogia clínica e institucional. Natural de Jarinu, Marlene é filha de Constante Amador Lorencini e Aparecida Tafarelo Lorencini, e mãe orgulhosa de Vitor Hugo Lorencini Sala. Com vasta experiência na área da Educação, ocupou cargo de Secretária da Educação em dois importantes municípios, vice-diretora, diretora, além é claro de professora efetiva no Estado há mais de 15 anos. Atualmente leciona Língua Portuguesa e Literatura, e é diretora na EE Zulmiro Alves de Siqueira, também em Jarinu, escola esta, que já é reconhecida como “escola acolhedora”, pelo seu caráter profundamente humanizador e que busca para seus educandos, a formação integral. A trajetória de Marlene é algo inspirador, sobretudo pelos resultados obtidos diante de tanta dedicação e perseverança conforme seu relato na entrevista que concedeu à revista. Confira!

CE – Marlene, conte-nos sobre sua trajetória na Educação. Como começou?

M – Costumo dizer que fiz o “processo normal” ao contrário, já que, primeiramente me casei, tive meu filho, criei-o e depois fui estudar e trabalhar. Concluí minha primeira faculdade, de Letras, em 2002 e, logo em seguida, fui aprovada em concurso público para professor de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, efetivei-me e iniciei meu trabalho na área da Educação.

 

E por quais escolas você passou?
Ministrei aulas na escola Izolina, no Bairro da Usina, em Atibaia e lá fiquei de 2005 a 2008, quando, então, vim como Professora Coordenadora na escola Zulmiro, em Jarinu, função na qual, permaneci até 2010.

 

Nossa, logo no início de sua trajetória na área você assumiu cargo de coordenação? Conte mais sobre esse momento.

Pois é, e em dezembro de 2010 recebi convite da diretora efetiva da escola Zulmiro, na época, Elizabeth, para assumir a vice direção. Lá permaneci até maio de 2011, quando recebi da Sra. Fátima Lorencini, Prefeita de Jarinu na ocasião, convite para assumir a pasta da Secretaria Municipal de Educação. Afastei-me, portanto, de meu cargo efetivo e assumi a SEDUC de Jarinu em maio de 2011, lá permanecendo até dezembro de 2012.

 

Geralmente são chamados para assumirem cargos de secretário de Educação aqueles profissionais que se destacam, que demonstram excelência no que fazem…

Puxa, obrigada! Mas eu passei também por outra secretaria, a de Campo Limpo Paulista. Naquela ocasião, fui convidada pelo Prefeito eleito, Sr José Roberto, para assumir a pasta da Educação daquele município e lá permaneci por um ano, deixando o cargo em janeiro de 2014, tendo em vista que estava concluindo a faculdade de Direito e precisava de disponibilidade e flexibilidade de tempo para meus estudos e me preparar para o Exame da Ordem. Voltei, então, ao meu cargo de professora, na escola Jerônimo, cargo no qual permaneço até hoje.

 

Mas e o cargo de direção que você também exerce?

Sim, com muita satisfação! Fui aprovada em 2017 no concurso de Diretor de Escola da SEDUC SP e escolhi a escola Zulmiro Alves de Siqueira, em Jarinu, onde havia iniciado minha carreira como gestora. Atualmente, atuo nas duas escolas estaduais, como professora e como diretora, ambas em meu município.

 

E de onde veio toda essa paixão pela Educação, que é a área que você se dedica?

Sempre fui, modéstia à parte, uma ótima aluna e tive excelentes professores em escola pública. Acredito na transformação social por meio da educação, pois vivi e vivo isso. Pratico, enquanto educadora, a escuta e o princípio da alteridade. Colocando-me no lugar do outro, eu consigo entender bem quais os resultados de minhas ações, enquanto professora e gestora.

 

Diga em uma palavra, algo que não pode faltar ao trabalho de quem atua na Educação?

Respeito! Que serve para quem atua em qualquer área e em todas as situações. O ser humano precisa ser respeitado em todos os contextos. Se você respeita seu aluno, seu colaborador, seu vizinho, seu animal de estimação, você conquistará o respeito de todos eles. É o que falta na sociedade atualmente: o respeito, a ausência de prepotência e de arrogância, a humildade, a humanidade, o amor, enfim.

 

Já que entramos nesse assunto, o que você tem a dizer sobre os índices de violência nas escolas? Você já vivenciou alguma atitude desrespeitosa ou violenta com você?

Como disse, se você se mostra presente, respeitoso e carinhoso, ninguém encontra território para manifestações negativas e, mesmo que elas se principiem, você consegue reverter o quadro de agressividade. É óbvio que compreendo a situação das escolas atualmente e acredito que, as crianças, os jovens e adolescentes precisam sempre de bons exemplos em suas vidas para que possam segui-los. Infelizmente, em muitos casos, buscam nas escolas, o diálogo, a conversa, a orientação, não apenas o conhecimento técnico do currículo. E se, o adulto professor ou diretor fechar também essas portas, como a sociedade e a família comumente o fazem, a violência transcende os muros e invade a escola, certamente.

 

Então a escola é certamente seu grande desafio?

Com certeza! Acordo todas as manhãs com muita vontade de ir trabalhar, ciente de todos os obstáculos que o dia me trará, mas crente que serão transpostos com muito equilíbrio e sabedoria, pois é isso que sei e gosto de fazer.

 

Seu percurso até aqui deixa claro que você é uma mulher de garra, muito determinada. O que você diria para aquele que está prestes a se formar professor?

Seja sempre presente, mesmo nos pequenos detalhes. Não deixe de se capacitar e se atualizar para que possa responder as dúvidas de seus alunos e as suas próprias. Não somos detentores do saber único. Somos aprendizes e devemos nos colocar também nessa condição na escola. Seja autoridade na sala de aula, não autoritário, converse com seus alunos quando te procurarem, interaja com suas turmas, chame-os pelos nomes pois números são muito “frios”, conheça um pouco da história de cada um, propicie momentos para isso. Faça rodas de conversa, ouça-os, são ricas as informações que os jovens nos trazem. Avalie seu aluno no cotidiano, no processo de aprendizagem, contemplando as habilidades e especificidades de cada um. Promova atividades diferenciadas, dentro e fora da sala de aula, pois os momentos que passamos com nossos alunos são preciosos. Leve-os a teatros, cinemas, exposições, museus. Esses momentos em que os “tiramos” das salas de aula são marcantes em suas vidas e em nossas também. Oriente-os para os estudos vindouros, em faculdades, para entrevistas de trabalho. Você, com certeza, fará a diferença em suas vidas.

E ao gestor o que você tem a dizer?

Como gestor e líder, faça de sua presença algo agradável, dê sempre o exemplo para obter empenho de sua equipe. Ouça-os sempre, nunca privilegie um setor em detrimento do outro. Promova avaliações e escutas frequentes. Seja pontual e obterá pontualidade. Não faça nada para um e não para o outro. Seja democrático. Jamais seja autoritário, seja sim, um líder, mas não aquele que impõe respeito pelo cargo que ocupa, mas sim, pela sua conduta de liderança. Promova momentos de capacitação profissional, assim como, momentos de interação pessoal. Seja justo!!

 

Durante nossa conversa, destaquei algumas de suas habilidades que ficaram em evidência na história que nos relatou. Mas e você, como se vê? Quem é a Marlene?

Sou uma mulher experiente de muitas primaveras. Acertei, errei, consertei, sempre com muita fé em Deus e determinação. As palavras que me definem são: fé, coragem, humanidade, humildade, ternura e amor. Respeito todas as formas de vida existentes, assim como o meio ambiente e promovo, no dia a dia, uma maneira mais terna e doce de olhar para as pequenas coisas da vida e pelos pequenos gestos. Meus alunos, meus funcionários, minha família e meus amigos sabem que cobro, às vezes, bastante deles, mas essa cobrança, até nas advertências e adversidades, estão carregadas de amor e respeito. Olhar de educador.

 

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