b2ap3_thumbnail_Capa---268_20180828-221142_1.jpg

Alessandro Rodrigues, carinhosamente conhecido por “Alê” ou “Alessandro Fotógrafo” comemorou 39 anos, no último domingo 19. Caieirense de coração, nascido em Carapicuíba, tornou-se um símbolo de valentia na luta contra um tipo de câncer extremamente agressivo.

A história de luta de Rodrigues começou cedo, antes de seu nascimento, quando foi abandonado pelo pai e com menos de um mês de nascido, foi entregue pela mãe para adoção à uma família de Itapevi. Só depois de sete anos, já em condições financeiras melhor, sua mãe biológica reapareceu e o retirou desta família trazendo-o para morar em Caieiras.

Foram momentos difíceis que o levaram desde cedo a vender sorvetes, doces e salgadinhos em trens e nas ruas. Posteriormente dos 11 aos 14 anos, Rodrigues passou a trabalhar como “Guarda Mirim”. Tais experiências lhe serviram como “escola da vida”, pois o contato com o público desde muito pequeno o fez desinibido, ousado e um comunicador natural.

Somente aos 25 anos, Rodrigues foi ter sua primeira experiência como fotógrafo freelance no “Portal Caieiras”, onde os diversos arquivos fotográficos da cidade, o levaram a ser contratado pela prefeitura de Caieiras para atuar como fotógrafo, onde aprendeu muito, principalmente com o colega Antônio A.V. de Souza, o “Toninho”.

O fato é que Alê que desde a infância sempre teve ousadia, desenvoltura e facilidade na comunicação, decidiu aplicar essa experiência de vida na busca da imagem perfeita por meio de uma câmera fotográfica. O resultado não poderia ser outro, em pouco tempo tornava-se o fotógrafo mais conhecido da região. Tanto é que, por meio de sua lente, o município tem um imenso acervo de imagens já eternizadas em sua recente história de emancipação, as quais inclusive, já foram reproduzidas em inúmeras publicações de revistas e jornais da região.

Ao longo de 10 anos, Alê foi também mais uma vítima de massacre midiático na cidade e dos boateiros de Facebook, que incansavelmente disparavam todos os tipos de sandices e canalhices sobre sua pessoa. Mas nada disso o abalou, sempre comunicativo, sorrindo e brincando foi uma das pessoas chave, que muito contribuiu para a vitória em duas eleições do ex-prefeito Dr. Roberto Hamamoto e recentemente na vitória de Gersinho Romero.  

De todas as dificuldades já enfrentadas na vida, foi somente agora, na descoberta de um agressivo câncer que, por alguns momentos, o marcante sorriso de sua face, deu lugar a lágrimas de desespero. Nas próximas páginas a revista Nosso Bairro, detalha com exclusividade a luta de Alessandro Rodrigues.

 

RNB –  Alê, aos 39 anos, você é uma referência na história do município de Caieiras e o câncer que te pegou, o fez o principal assunto no segundo semestre de 2017. Você poderia detalhar como foi essa descoberta?

De início, eu sentia alguns incômodos, umas dores nos testículos, fiz exames e constatou que era câncer. No primeiro momento não fiquei desesperado, porque se tratava de um tumor fácil de ser curado, num local em que também já vi exemplos em Caieiras de pessoas que conseguiram a cura. Mas com a notícia que após dois meses virou metástase espalhando rapidamente para o pulmão, fígado, rim e coluna, foi um impacto muito duro.

 

RNB –  Após o impacto dessa notícia o que veio em sua mente?

A primeira pessoa que veio à mente foi a minha esposa Rosangela. Orei em pensamento: “Senhor, será que ela vai suportar?” e logo a gente pensa nos amigos e quem são nossos amigos. Uma coisa é você ter amigo de Facebook, que curte uma foto ou diz que “pode contar comigo” ou “estamos juntos” outra coisa bem diferente são aqueles amigos físicos, reais, que correm com você, estão ao seu lado, te ajudando, te apoiando. Foram esses amigos reais que me surpreenderam, porque foram muitos e muitos. Mais do que eu imaginava.

 

RNB –  Pensando nas pessoas que foram te visitar, você imaginava ser tão querido?

De forma alguma, a gente que está envolvido no meio político, é comum as brigas e desavenças, mas é interessante que o tempo que permaneci no hospital me fez refletir muito nas pessoas que eu achava que olhavam negativamente para mim e como realmente olham. Eu senti muito carinho, respeito, admiração até mesmo nos nossos adversários políticos. Senti que eles não me viam como inimigo e sim como um ser humano que erra, acerta, mas está ali sempre buscando fazer o melhor no que eu acredito ser o melhor para a cidade. 

 

RNB –  Por falar em pensar neste melhor, desde o início, lá em 2007 você se posicionou como um aliado do prefeito Dr. Roberto Hamamoto, descartando apoio a qualquer outro candidato da época. Qual foi a atitude dele, para com você nesta situação?

Quero deixar bem claro, que antes do meu apoio ao Dr. Roberto Hamamoto, eu pensava no ser humano apaixonado que sempre se preocupou com o ser humano. A prova dessa preocupação com a vida humana foi que ele tornou-se meu anjo da guarda, me acompanhou de perto, evitou que os médicos me dessem alta no momento em que eu mais precisava dos serviços do hospital. Foi ele também que alertou a equipe médica de que eu estava com hemorragia, resultado de uma embolia pulmonar. Enfim, o Roberto foi aquele que esteve ao meu lado sempre.

 

RNB –  Você disse que no decorrer de seu tratamento teve uma embolia pulmonar, como foi isso?

Para você ter uma ideia de minha situação, a sessão de quimioterapia deveria ser a cada 21 dias, no entanto eu passei a toma-la todos os dias. Os médicos avaliavam que era melhor arriscar perder algum órgão, como o rim, por exemplo, do que deixar o câncer continuar se espalhando. A embolia pulmonar, além das tromboses nas pernas e na veia cava, foram algumas sequelas desse tratamento que encerrou em dezembro. Agora permaneço em monitoramento numa situação que os médicos consideram normalizadas, mas que pela minha fé eu creio que sou um milagre.

 

RNB –  Depois dessa longa batalha, qual é o segredo para o enfrentamento do câncer?

O que digo as pessoas é que tratamento de câncer é questão de cabeça!  Minha esposa dizia o tempo todo: confia! Você sempre foi um homem de Deus, passou boa parte de sua vida dizendo para as pessoas que Deus cura. O enfrentamento do câncer é somente cabeça, foco, muito foco, concentração, determinação, olhar sempre para quem venceu. São momentos dificílimos, duros, e de muito sofrimento, mas não é impossível.

 

RNB –  Você aprendeu com a vida, o que o câncer te ensinou?

Me ensinou que não somos nada, absolutamente nada! Me ensinou que temos que olhar para todos com muito amor, independente de questões políticas partidárias. Me ensinou que os amigos são muito importantes, e o principal, que vale à pena fazer o bem. 

 

RNB –  Depois dessa batalha, o que você pensa em fazer a partir de agora?

Eu amo fotografias, amo o trabalho de locução, mas eu quero servir. Eu creio que Deus me presenteou com essa vitória. Agora, eu só quero servir, ajudar outras pessoas a terem vitórias, serem vencedoras.  Eu acredito que esse monte de amigos que Deus colocou na minha vida, não é só para a minha vida, é para a vida de muitas outras pessoas que devem neste momento estar passando por batalhas muito duras e precisam de ajuda. Eu quero e preciso ajudar, é uma forma de dizer “obrigado meu Senhor e meu Deus”. Como disse, eu amo fotografia, eu amo locução, mas eu necessito servir.

 

RNB –  Nesta última pergunta, você gostaria de agradecer alguém em especial?

Agora ficou difícil, porque a quantidade de pessoas que me ajudaram é enorme. A primeira pessoa, é claro, minha esposa Rosangela, a Rô, sempre ao meu lado, sorrindo e chorando. O Dr. Pilli, que foi o primeiro a me mostrar que havia um problema sério e já me encaminhou para o Dr. André urologista que de imediato me mandou fazer todos os exames. O Dr. Roberto Hamamoto, que teve participação crucial em todo esse meu processo, com sua calma e articulação mesmo dentro do Instituto do Câncer. O prefeito Gerson e toda equipe e amigos da prefeitura. E claro, toda a equipe médica que foi sensacional.

Eu sou um homem de muita fé e independente de credo, os amigos de todas as igrejas oraram por mim, pessoas que eu nem conhecia oraram muito por mim. Muitos me diziam que rezaram por mim, e eu agradeço a cada um pelas orações.

 

 

Depoimentos Ale

Alessandro Rodrigues, quero louvar e agradecer a Deus pelo dom de sua vida. Quando soube que você ia iniciar uma batalha contra o câncer rezei muito por você, vi um homem realmente de fé que não se deixou abater pela doença. Em cada postagem sua, em cada entrada ao vivo no Facebook me perguntava “como pode esse menino ter essa coragem?” A resposta sempre vinha em seguida, pela fé e vontade de continuar sendo servo de Deus. Saiba que lhe admiro e amo muito. Como você sempre fala “sou evangélico mais tenho um padre que é meu amigo” eu digo não só amigo, mas irmão, que lhe admira muito! Obrigado por ser quem és para todos nós.

Padre Wagner Navarro.

 

O Alessandro é um homem de fibra, um exemplo de luta, de garra e de determinação. Os obstáculos que ultrapassou na vida, o tornaram mais forte e sem dúvidas um ser humano melhor. De maneira alguma poderia deixar de estar a seu lado nesse momento tão delicado da vida. Fico muito feliz com sua vitória. Alê, que você possa transmitir essa sua garra e alegria a todas as pessoas que veem em você um exemplo de superação. Conte sempre comigo!

Dr. Roberto Hamamoto – ex-prefeito de Caieiras

 

Alê, você sempre foi um batalhador, desde a sua infância onde vendia sorvete e olhava carro na rua. Com toda sua humildade e simplicidade, é um amigo e um homem trabalhador imprescindível no nosso dia a dia. Digo sempre que “o Alê é um milagre vivo de Deus”. Bênçãos infinitas na tua vida gordinho!!!

Adriano Sopó – Vice-prefeito de Caieiras