A ex-senadora Marina Silva surpreendeu o mundo político ao se filiar ao PSB do pré-candidato a Presidente e governador do Estado de Pernambuco Eduardo Campos no último dia do prazo para concurso das eleições do próximo ano. Nem a poderosa Rede Globo anteviu esse movimento muito relevante para a corrida eleitoral de 2014. A estratégia do Palácio do Planalto era impedir a criação do partido político de Marina, a Rede Sustentabilidade e deixá-la à míngua e a deriva em alguma agremiação nanica, para desestimular eventual candidatura dela à presidência, pois, para Dilma Rousseff, quanto menos candidatos, mais viável seria sua candidatura à reeleição. Porém, ninguém contava com a astúcia de Marina, que se pintou para a guerra contra o PT. De fato, Marina Silva, ao filiar-se ao PSB em coligação branca, conferiu musculatura à oposição e assanhou os demais partidos a vender muito caro qualquer tipo de apoio à petista. Não seria nada surpreendente se, em outubro de 2014, Dilma fosse eliminada logo no primeiro turno da eleição, a deixar o confronto entre Aécio (PSDB) e Eduardo (PSB) na disputa presidencial do segundo turno. Mas Marina já derrotou Dilma no dia 05 de outubro de 2013, porque enfrentou o PT, deu o troco na hora, e assinalou que o Tribunal Superior Eleitoral negou a criação de seu partido, por meio das anulações de assinaturas sem justificativa, por causa dos cartórios do ABC Paulista, tradicional reduto eleitoral do PT, que recusaram 88% das assinaturas apresentadas na região. Os caras pintadas, os ativistas black blocks, os médicos, os professores, os bancários, os funcionários públicos e o povo nas plataformas de trens no Brasil a fora agradecem a presidente do primeiro partido clandestino nesses dias de vulnerabilidade da democracia brasileira. A Rede de Marina balançou, mas não caiu, se sustentou, existe de fato. Se Dilma fechou a porta para Marina, o povo foi às janelas para ver Marina passar contando coisas de flores dos campos, verdes, rodeada por pássaros, que nem o tucano, o papagaio e o sabiá. Nem precisava se pintar.
