O noticiário impresso e falado tem veiculado nos últimos anos que o mercado de trabalho no Brasil está aquecido, e há até os mais modernos que dizem haver “pleno emprego” no país, ou seja, ninguém tem vizinho ou parente desempregado. Já os empregadores da indústria, do comércio e da lavoura dizem que há muita gente procurando empregos, mas eles não encontram na linha que dobra o quarteirão mão-de-obra qualificada, ou seja, a fila é grande, mas os obreiros não sabem obrar. Com raríssimas, excepcionais e gloriosos casos, o setor de serviços não encontra profissionais que atendam o mínimo de requisito no trato com o cliente e suas situações diversas, como se houvesse um hiato abissal entre o que o cliente deseja adquirir e a capacidade do prestador de serviço entregar a mercadoria, como, por exemplo, pedir um camarão na moranga e ser-lhe servido um sururu de pirarucu. Quanto mais complexo o serviço, mais escassa é a oferta de pessoal competente ou habilitado no mercado. No Porto do Pecém, lá no Ceará, o governo teve de importar trabalhadores direto da Coréia do Sul, porque o serviço encomendado não era a praia dos jangadeiros, nem dos pescadores de rede nativos. E nesses lugares longínquos do sertão brasileiro faltam principalmente médicos para atender os interioranos. Foi aí que bateu o ponto, como mercadorias que não se fabricam no país, o governo federal resolveu importar homens e mulheres de jaleco, a espancar de vez a máxima de exportar é o que importa! Assiste-se, assim, a completa falta de estrutura e governabilidade dos serviços públicos custeados por uma das mais altas cargas tributárias do mundo. Por óbvio, não se é contra que a população pobre tenha assistência médica, venha ela de onde vier. Porém, é preciso estampar o motivo de se chegar a tal desespero no refúgio de cubanos escravizados, bem como questionar a competência de quem dirige a saúde pública, que é incapaz de alocar mão-de-obra de acordo com suas necessidades ou prioridades. E quando se derem conta que faltam professores e outros profissionais essenciais? Por enquanto, iremos assistir ao desfile da INCOMPETÊNCIA do Brasil no próximo dia 7 de setembro.
Sobre o autor
Revista Cidade Educadora
A revista “Cidade Educadora” é uma publicação da Editora Multicultural e foi inspirada na própria Carta das Cidades Educadoras, redigida em 1990 no I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, realizado em Barcelona, na Espanha. A revista, portanto, segue as orientações de um documento reconhecido internacionalmente por cerca de 500 cidades as quais perseguem o ideal de cidades que promovem e exercem um papel educador, assumindo como desafio permanente a formação integral de seus habitantes, em especial, as crianças e jovens. Atualmente, o município de Caieiras localizado na Sub-Região Norte da Grande São Paulo está a passos firmes no caminho da Carta das Cidades Educadoras, promovendo com grande vigor pedagógico políticas públicas inclusivas e formativas. Haja vista, é na Cidade Educadora onde as diferentes políticas, espaços, tempos e atores são compreendidos como agentes pedagógicos, capazes de apoiar o desenvolvimento de todo potencial humano.