O bairro paulistano de Perus ocupa uma área de 57 Km² e sua principal característica é o forte comércio regional, que atrai principalmente moradores do município vizinho de Caieiras, mas em contrapartida o bairro é quase totalmente despossuído de áreas de lazer que atendam a demanda dos moradores. Para fazer um comparativo com Caieiras, – localizado na porção norte de Perus -, a cidade dos Pinheirais conta hoje com 97 mil habitantes e há pelo menos 15 campos de futebol em bom estado de conservação, a maioria com pistas de atletismo, equipamentos de ginásticas ao ar livre, dezenas de praças da família, mais de 80 km de calçadas e pistas para caminhada. Já em Perus, o bairro se converteu num imenso bloco de concreto ocupado por mais de 164 mil habitantes apinhados em moradias precárias que são obrigados a circular diuturnamente por ruas e vielas estreitas, com lixos amontoados pelas ruas e calçadas, e com esgoto a céu aberto.
Para piorar a histórica desumanização no bairro, a prefeitura regional tem a sua disposição parcos 6 milhões e 400 mil reais por ano, destinados a serviços de zeladoria. Levando em consideração que Perus é um bairro de 164 mil habitantes, isso significa na prática R$ 39,00 para cada habitante. Diante da escassez de recurso somado a herança dos desgovernos passados, o prefeito João Doria tomou todo o cuidado para nomear a engenheira civil da USP, Luciana Torralles, uma profissional com vasta experiência no setor privado e em projetos de planejamento de obras para no máximo, minimizar o drama dos moradores de Perus.
E de fato, a nova prefeita regional já mostrou a que veio, na primeira entrevista para o Bom Dia São Paulo na quarta-feira, 23, pelo jornalista ancora da Rede Globo, Rodrigo Bocardi, a prefeita demonstrou muita segurança em seu trabalho, e em nenhum momento se intimidou com o bombardeio de questionamentos do jornalista, respondendo todas as perguntas com tranquilidade e finíssimo raciocínio, deixando claro, que o prefeito João Doria, mais uma vez acertou em sua nomeação regional.
A Rede Globo reconheceu que a prefeita está bem preparada para a função, mas também apresentou uma enquete que demonstra por parte dos moradores, o total desconhecimento da nova gestora e do serviço prestado, tanto é que a gestão pública regional recebeu a média “RUIM”. O que reflete ineficiência do setor de comunicação para levar ao conhecimento da sociedade os trabalhos que estão sendo prestados ao contribuinte.
Mesmo assim, na entrevista, em nenhum momento a prefeita sinalizou culpa aos prefeitos regionais passados, pelo contrário, sinalizou que a “bola” está com ela, e o seu modelo de gestão é olhar sempre pra frente, buscando melhorias contínuas.
