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Francisco Morato é o menor entre os cinco municípios da Sub-região norte da Grande São Paulo ocupando uma área de 49 km², metade do município de Caieiras, mas sua população chega a 170 mil habitantes, segundo os dados atualizados do IBGE, se aproximando do dobro da população caieirense. É uma cidade de apenas 52 anos, considerada muito nova dentre os 39 municípios que formam a Região Metropolitana de São Paulo.

No entanto, os grandes problemas dos morantenses na atualidade, começaram a se acumular a partir da década de 1980 quando uma crescente onda de migrantes, – a maioria do nordeste do país -, chegam à capital paulista para trabalhar, e têm em Francisco Morato uma simples cidade-dormitório, caracterizada pelo movimento pendular da população que em sua grande maioria sai de manhã para trabalhar na capital e retorna somente à noite. 

A ocupação territorial do município continua na década de 1990, sem o menor controle dos governos municipais, atrelada ao isolamento geográfico regional, não tornou-se nenhum objeto de desejo de grandes indústrias, deixando a cidade com baixíssima arrecadação tributária. 

Desta forma, a economia municipal passou a ter uma vocação de subsistência sendo conduzida quase que totalmente pelo comércio local. Hoje, as empresas em Francisco Morato na maciça maioria são constituídas de comércio e serviços, insuficientes para abrigar a força trabalhadora moratense, gerando ausência de vagas de emprego o que força os habitantes a trabalharem na capital paulista ou nos municípios vizinhos. 

Na área central, os governos anteriores permitiram, sem o menor planejamento, a crescente ocupação comercial, fazendo do centro da cidade um lugar de ruas e avenidas estreitas quase intransitáveis, travadas, difíceis de entrar e mais difíceis ainda de sair.  A desorganização urbana de Francisco Morato, contribui diretamente para seu baixíssimo índice de desenvolvimento humano segundo a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Morato ocupa 37º colocação na RMSP à frente apenas dos municípios de Itaquaquecetuba e Biritiba-Mirim.  Entre os 645 municípios do Estado paulista, Morato ocupa o triste 555º lugar. Uma cidade com arrecadação baixíssima, problemas colossais na área de mobilidade urbana. 

Curiosamente, os três últimos prefeitos Andréa Pelizari (PSDB) Zezinho Bressane (PT) e Marcelo Cecchettini (PV), investiram maciçamente em educação e saúde, mas nenhum deles conseguiu se reeleger. O próprio empresário Marcelo Cecchettini, com vasta experiência em gestão, o qual é reconhecido como um prefeito técnico e empreendedor, conseguiu com maestria enfrentar uma crise nacional gigantesca, responsável direto por grandes avanços na área da educação e saúde, conseguiu ainda entregar o município com as finanças em ordem para a nova prefeita professora Renata Sene (PRB), mas foi incapaz por meio de sua assessoria de imprensa, de dialogar com a população, resultando numa derrota inesperada na região. 

Governar a cidade de Francisco Morato é um teste fogo para qualquer gestor. Por sua vez, a população, – que pouco ou nada entende do drama histórico, geográfico e urbano sofrido por sua cidade -, carece de esclarecimento e formação. Caso contrário, o destino de Francisco Morato será uma eterna rotatividade de prefeitos que não conseguem atender num curto espaço de tempo a demanda do município e apenas empurram o real problema urbano para outra gestão.