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Padre Denis-Ricard é natural da cidade de Sena Madureira, no Acre. Filho de uma Professora e um Funcionário Público Federal. É pároco e reitor do Santuário Virgem dos Pobres em Caieiras, SP. Possui habilidade em Iconografia Bizantina (pintura Sacra), tendo realizado belíssimos trabalhos. Evangeliza por meio de pregações, da música e semanalmente dirige um programa nas redes sociais chamado Minutos na Presença, às terças e quintas sempre as 22:00. (Fan Page do Facebook: Padre Denis-Ricard).

 

Padre Denis, quem o vê com tantas atividades e vigor juvenil se pergunta, como surgiu sua vocação sacerdotal?

Desde a infância já me sentia apaixonado pela ideia do sacerdócio. Mas na adolescência procurei não dar ouvidos a este chamado e passei a fazer meus projetos, até o dia em que não tive mais como negar a voz do Senhor que me atraía. Então larguei namoro, emprego em uma instituição federal, e faltando apenas um ano para concluir a Universidade Federal de Ciências Sociais, parti para São Paulo, onde fui designado para recomeçar de acordo com os desígnios de Deus.

 

Padre, o senhor disse que largou namoro, emprego e faculdade federal. Com certeza, como qualquer jovem da sua idade, deve ter sido difícil essa escolha. O que mais pesou em sua decisão?

É verdade, eu iniciei muito cedo, embora de forma sadia e sem grandes exageros, a vida de balada e namoro, e até por isso, muito rápido também este mundo foi perdendo a graça pra mim. Contudo, minha decisão se deu quando tive uma experiência profunda de Deus em minha vida, onde passei a admirar e a desejar as realidades eternas, sem perder a alegria e o vigor da juventude. Descobri então que nada se equipara a esta felicidade e me senti movido a levá-la ao maior número de pessoas que puder.

 

Com pouco tempo de ordenação e atuando como vigário na paróquia Santa Rita, seu trabalho junto à juventude deu novo vigor aos grupos de jovens. Como o senhor vê essa aproximação dos jovens à Igreja?

Aos 13 anos fui formado junto a mais uns cinco jovens para sermos liderança da juventude de minha cidade. Desde então o amor pela juventude foi se tornando algo de destaque em minha vida e, por conseguinte em meu ministério. Por vivência posso então afirmar de que o coração do jovem é um coração sedento por Deus. Toda a ansiedade por descobertas, experiências de prazer, sucessos, revelam um desejo constante, embora por vezes inconsciente, de plenitude, de eternidade e somente em Deus o nosso coração encontra a saciedade, a abundância transbordante de plenitude que precisamos. As Jornadas Mundiais da Juventude, tem nos revelado que a Igreja é viva, a Igreja é jovem e como nos diz nosso amado Papa Francisco: “Os jovens são a riqueza da Igreja”. Ainda há muito a ser feito no que diz respeito a juventude,   e cada vez mais temos encontrado moços e moças sendo levantados por Deus como referências para um novo tempo de graça.

 

Como foi para o senhor, assumir como pároco o Santuário Virgem dos Pobres?

Um convite inesperado, um desafio e ao mesmo tempo uma profunda graça. A proposta para assumir o Santuário veio fora do período de transferências sacerdotais, por esta razão uma ação inesperada e cercada de desafios. A situação em que se encontrava nossa Paróquia me assustou no primeiro momento, foi a hora de me por diante de Deus, escutar sua voz, a profecia sobre minha vida, traduzida em meu lema de ordenação: “conduzido pelo Espírito” e me deixar levar  por este Espírito Santo que me faz capaz de corresponder à vontade do alto.

Nossa Senhora Virgem dos Pobres também teve um papel fundamental nesta hora, não tenho dúvida de que a Virgem me escolheu para estar cuidando de sua casa. Quando meu aprofundei em sua história, suas aparições na Bélgica, suas palavras me trouxeram segurança, especialmente a mensagem que enviou pela menina que recebia as aparições ao Padre do lugar que pedia um sinal: “Creia em Mim que Crerei em Você”. Estas Palavras confirmaram em meu coração a eleição manifesta em meu bispo, mas que foi realizada por Deus.

Desde então a missão tem sido intensa para reerguermos o Santuário e a cada passo sou surpreendido por Nossa Senhora, que como gosto de sempre recordar, é Senhora desta “casa”, a nos abrir portas, a atrair corações e a mostrar que tem pressa em ver novamente o seu Santuário repleto de devotos.

 

A construção do Santuário Virgem dos Pobres no bairro de Vila Rosina, foi um desejo de Nossa Senhora, e desde sua construção na cidade de Caieiras, sempre atraiu romeiros de todas as partes, com inúmeros relatos de graças alcançadas. Como o senhor pensa em retomar essa tradição?

No dia de minha posse a liturgia nos trouxe uma Palavra profética: “Lançai as redes para o outro lado” Jo 21,6. Assumi estas palavras de Cristo como um direcionamento para movermos as nossas ações sobre novas perspectivas, com ousadia. A começar por compreender e conscientizar nossa comunidade que como Santuário somos chamados a erguer um movimento espiritual que alcance não apenas nosso território físico (bairro Vila Rosina), mas transborde para todo o Brasil, para a América Latina. Este foi um dos impulsos que me levou a retomar os meios de comunicação como instrumentos de evangelização em meu ministério, onde posso levar o nome da Virgem a outros lugares e divulgar nossos eventos e peregrinações, a saber, o Programa Minutos na Presença que apresento no Facebook toda terça e quinta.

As peregrinações são um ponto chave na vida de um Santuário, especialmente o nosso, pois a fonte dos milagres de Nossa Senhora Virgem dos Pobres, segundo suas próprias palavras à Mariette Beco: “está reservada para todas as Nações, para aliviar os enfermos”. Por esta razão, no dia 15 de outubro, teremos um grande dia de espiritualidade com grandes pregadores, momentos devocionais, santa missa e inauguração solene da nova fonte de Nossa Senhora marcando o retorno das peregrinações. Temos certeza de que receberemos muitos testemunhos das graças e curas que serão derramadas em nosso Santuário neste dia.

Para isto estamos realizando inúmeros trabalhos, eventos; carecemos de muitas coisas, mas a unidade do povo cristão que aqui vive e participa tem trazido ardor a este novo tempo.

 

Em termos de infraestrutura, é perceptível que há muito o que fazer no Santuário, para que o mesmo possa acolher os romeiros. Pensando nisso, quais são seus planos a curto, médio e longo prazo?

Sim. Muito temos para realizar, nos encontramos em meio a rachaduras, estruturas físicas precisando ser trocadas, restauradas, construídas. Estamos em busca de corações generosos que desejem ver o nome de Nosso Senhor exaltado e o de sua Mãe honrado neste lugar, pois não temos uma situação financeira apropriada no momento.  A construção da nova fonte é um passo de fé que estamos dando, futuramente precisaremos construir banheiros e outros espaços que melhor possam acolher os peregrinos.  Mas confiamos que que movidos pela oração, ações concretas e pessoas engajadas surgirão em nosso meio.

 

Que mensagem o senhor gostaria de deixar aos leitores, sobretudo aos seus paroquianos?

O Santuário Virgem dos Pobres de Caieiras é um lugar onde a presença da Mãe de Deus e nossa é sentida desde o primeiro momento em que nele adentramos. É um lugar onde todo peregrino se sentirá na casa da Mãe, um lugar simples, mas que transborda amor fraterno, um lugar onde podemos descansar a alma e sermos refeitos. Precisamos de muita ajuda e por esta razão convido o leitor a vir ser abençoado, mas também a fazer parte da família Santuário. Um lugar onde podemos também servir a Deus nas mais diversas pastorais, catequese, dízimo, intercessão, liturgia, idosos… e ainda em nossa Obra Social voltada para a formação das Crianças Pobres de nosso bairro, o Projeto Casa do Pai.

 

            Deus os abençoe!