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Até a década de 1990, Caieiras era conhecida como a cidade dos Pinheirais, herança da década de 1920, quando a Cia Melhoramentos – detentora ainda hoje de 50% dos 96 km² do município – iniciou em alta escala o plantio de Araucária  augustifolia forrando o território caieirense com uma espécie derivada de pinus. Na metade da década de 1990, a lei 2676/96 fez de Caieiras, a capital brasileira do lixo, abrigando no início do segundo milênio o segundo maior aterro sanitário do mundo.

Agora, em 2017, ano mundial mariano nomeado pelo próprio Papa Francisco que representa os 100 de Nossa Senhora de Fátima, – uma das aparições mais respeitadas pela comunidade científica -, seguida pelo aniversário dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, e em especial para o município de Caieiras que está vivendo um período de festas pelo centenário da primeira igreja da cidade, dedicada à Nossa Senhora do Rosário e próximo da inauguração do Santuário de Schoenstatt, Caieiras torna-se definitivamente umas das principais cidades marianas do país.

Tal fato pode ser observado facilmente pela própria localização da cidade, limítrofe à porção norte da capital paulista, ponto de passagem da SP 332 demandando o interior, estando há apenas 5 km do Rodoanel trecho norte. Soma-se a esse fato, a própria localização dos três templos marianos, onde um vai do extremo leste do município com Nossa Senhora das Graças (nos Arautos do Evangelho) e é ligado em 14 km ao Santuário de Nossa Senhora de Schoenstatt, no bairro do Morro Grande e se dirigindo-se ao Sul do município, num percurso de cerca de 6 km já na divisa com o bairro paulistano de Perus, chega-se ao Santuário Virgem dos Pobres (veja o mapa).

O 23º Santuário Filial da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt começou a ser construído em Caieiras no final de janeiro de 2017 e ocupa uma imensa área de 50.000 m², sendo a segunda maior área ocupada por um seguimento religioso da sub-região norte da grande São Paulo, perdendo apenas para a própria sede mundial dos Arautos do Evangelho também em Caieiras. 

O novo Santuário é continuação da grande obra internacional fundada pelo Pe. José Kentenich na Alemanha, está presente hoje em centenas de países e pertence ao Movimento Apostólico de Schoenstatt.

 É deste Santuário que partem as imagens da “Mãe Peregrina”, tão conhecidas no Brasil, que alcançam os lares de mais de 2,5 milhões de famílias no país. Só na região de Caieiras – incluindo Mairiporã, Franco da Rocha e Francisco Morato – são 480 imagens que percorrem cerca de 14.600 casas mensalmente.

Diante desses impressionantes números, a cidade de Caieiras, em especial a comunidade católica da região, se prepara para a inauguração do novo Santuário mariano que será no dia 17 de setembro às 10 horas, para a qual se esperam milhares de peregrinos de vários lugares do Brasil e de outros países. O bispo da Diocese de Bragança Paulista/SP, Dom Sergio A. Colombo, presidirá a cerimônia, que será transmitida ao vivo pela TV Canção Nova.

O atual prefeito da cidade, Gersinho Romero se envolveu diretamente na organização da infraestrutura para acolher os peregrinos e lembrou que “a inauguração do Santuário de Schoenstatt fará com que Caieiras seja inserida no restrito rol de cidades marianas. Além disso, o Santuário abrirá um novo precedente: o de proporcionar o desenvolvimento do turismo religioso, trazendo avanços para a cidade em termos sociais e econômicos. A cidade está de braços abertos para receber todos os peregrinos que para cá vierem visitar o Santuário”, afirma o prefeito, que também diz: “Para além do turismo, a construção do Santuário de Schoenstatt contribuirá para o reforço das raízes que fundamentaram a sociedade caieirense, formada em grande parte por católicos. Sem dúvida, a vinda do Santuário para Caieiras é motivo de muito orgulho para toda a comunidade católica.”

 

Caieiras na rota do turismo mariano

Entende-se por “turista” o indivíduo que se desloca do seu lugar de origem (moradia) para outras localidades para desfrutar de lazer, descanso, eventos, atividades culturais dentre outras, gerando assim, receita para o município visitado.

Por esta definição de “turista”, entende-se que o município de Caieiras não é e nunca foi um local com atrações turísticas. Pelo contrário, as características de Caieiras são de um município tradicionalmente dormitório.

No entanto, os números mostram que há mais de uma década o turismo religioso vem crescendo vigorosamente no município, passando despercebido apenas pelo próprio departamento de turismo de Caieiras, o qual há anos seguidos insiste no caminho do desprezo para com o sagrado, perseverando na insistente promoção de patrimônios históricos/culturais de imenso valor para a história local, mas sem grande interesse para o  mercado do turismo, como por exemplo, os fornos de barranco, que originaram o nome da cidade e ainda hoje permanecem inacessíveis ao cidadão comum, pois localizam-se em terras privadas.

Enquanto os responsáveis pelo setor de turismo olham para o que não é turístico, os templos católicos na cidade dos Pinheirais impressionam, não apenas pelo gigantismo em áreas construídas, mas principalmente pela multidão de visitantes nestes locais que a cidade recebe. Basta dizer que num espaço de 100 mil metros quadrados no alto da Serra da Cantareira já no bairro do Santa Inês está localizada uma basílica mariana dedicada à Nossa Senhora de Fátima, a qual é sede internacional dos Arautos do Evangelho presente em mais de 70 países, ordem esta que é um braço do próprio Estado do Vaticano na cidade e anualmente recebe mais de 150 mil fieis. E pasmem, nas estradas que levam aos Arautos do Evangelho, não há sequer uma placa dizendo:  “Aqui é Caieiras”.  

Assim também ocorre com o Santuário Nossa Senhora Virgem dos Pobres que está há 35 anos em Vila Rosina e atualmente passa por uma profunda reestruturação recebendo apenas na gestão do novo Pároco-reitor, Pe. Denis-Ricard, mais de 10 mil visitantes de várias cidades. E a partir do dia 17 de setembro, Caieiras abrigará o 23 Santuário de Nossa Senhora de Schoenstatt, que promete só na sua inauguração a presença de 5 mil peregrinos.

Este roteiro mariano naturalmente desenhado no mapa de Caieiras, pode conduzir os peregrinos à inúmeras igrejas dedicadas a Nossa Senhora, como a própria centenária capela Nossa Senhora do Rosário, seguida pela Paróquia Nossa Senhora Aparecida no bairro do Serpa, a Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Jd Esperança,  a igreja São Luiz Maria de Montfort, no Portal das Laranjeiras e a capela Nossa Senhora Aparecida, no Sítio Aparecida, até o Mosteiro Vale da Páscoa, localizado na Serra da Cantareira, em Laranjeiras, consagrou suas terras à Maria, e segundo o próprio Padre Wagner Navarro, há um ousado projeto em andamento para a construção de uma basílica  de 1.300 m² dedicada à Nossa Senhora da Rosa Mística que será maior ainda que a própria paróquia Santa Rita de Cassia em Laranjeiras.

 

O fato é que o fenômeno do crescente movimento mariano na cidade só encontra explicação a luz da Fé e jamais pela ação humana. Hoje, os católicos em geral se perguntam: Por qual razão Maria escolheu Caieiras para tantas manifestações de sua presença? Na ausência de respostas, a certeza que se tem é que, a cidade dos Pinheirais tem tudo para fazê-la ser conhecida nacionalmente como “cidade mariana”, com grande potencial turístico, desde que o poder público saiba valorizar esse seu potencial.