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Desde o tempo que eu era petista, me enojava a frieza com que os esquerdistas tratavam a morte. Se fosse a morte de um dos seus, colocava-se o defunto nas costas e saia-se desfilando em praça pública numa busca desesperada por um foco de câmera, mas se fosse um policial, estudante, chefe de família, por exemplo, o silêncio fúnebre imperava e a preocupação com o direito do humano bandido era imediata. Fui testemunha ocular de defesas implacáveis de assassinos, estupradores, traficantes e paradoxalmente testemunhei a obstinação petulante em fazer de genocidas históricos como Che Guevara, Lenin, Stalin, Mao Tse Thung… um novo Cristo do mundo socialista.

O fato é que o tempo passou. Estudei, me graduei, publiquei livros, fiz pós-graduação, conclui o mestrado e agora como aluno especial, navego pelos mares do doutorado, onde finalmente encontrei a resposta do por que da esquerda marxista ter emparedado e  fuzilado gratuitamente dezenas de milhões de inocentes por todo mundo.

O dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht (1898-1956), muito conhecido pela esquerda por meio do seu poema clássico “o analfabeto político”, publicou também outros poemas exaustivamente explorados por marxistas. No entanto, há outros clássicos famosíssimos de Brecht na Europa e Estados Unidos, mas curiosamente desconhecidos nas escolas marxistas/freirianas do Brasil.

Num desses poemas, Brecht nos provoca a pensar como seria o julgamento de um “homem bom” por uma corte de “juízes comunistas”, data venia a ideologia marxista enraizada na mentalidade do juiz com poder de julgar.  Detalhe, o julgado é um homem justo, fiel, de palavra, honesto, despossuído de interesses pessoais, sábio, cheio de bons amigos, mas seu único crime é ser um simples conservador, não é um marxista, ele nem se quer é filiado ao partido comunista.  Pasmem com a sentença dos juízes segundo as palavras de Bertolt Brecht:

“Ouvimos dizer que és um homem bom. Não te deixas comprar, mas o raio que  incendeia a casa, também não pode ser comprado. Manténs a tua palavra. Mas que palavra disseste? És honesto, dás a tua opinião. Mas que opinião? És corajoso. Mas contra quem? És sábio. Mas para quem? Não tens em conta os teus interesses pessoais. Que interesses consideras, então? És um bom amigo. Mas serás também um bom amigo de gente boa? Agora escuta: sabemos que és nosso inimigo. Mas tendo em conta os teus méritos e boas qualidades lhe daremos um bom paredão e o mataremos com uma boa bala de uma boa espingarda e o enterraremos com uma boa pá, em uma boa terra.”

Com essas trágicas palavras, Brecht ilumina nosso entendimento para compreensão do prazer alienante da esquerda por sangue, tanto em Cuba, Coreia do Norte, China, na antiga URSS e tantos outros países comunistas. Nos lança uma luz no entendimento das justificativas de uma esquerda que faz vistas grossas para os mais de 60 mil mortos em 2017 só no Brasil, mas alardeia e se desespera quando um bandido é morto na favela pela polícia. Nos faz entender os motivos pelos quais esses comunistas nunca abriram a boca para os 100 milhões de mortos em ditaduras vermelhas, mas não cansa de reclamar dos 400 comunistas mortos e desaparecidos durante 20 longos anos do governo militar nesse imenso pais continental. Enfim, o que os professores marxistas não mostram aos alunos, são luzes para o entendimento da história.