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São comuns, nos dias de hoje, católicos acusados de idolatrias, de adoradores de deuses e de imagens. Essas acusações vêm de pessoas que não conhecem a doutrina católica nem ao menos a história do Cristianismo ou, na pior das hipóteses, de pessoas de má índole que simplesmente enganam os católicos com pouca formação catequética, na ânsia de aumentar seguidores para suas seitas religiosas. Mas, quando questionamos qual é o centro da fé católica, caímos exatamente no símbolo de Fé Niceno-Constantinopolitano, ou seja, o Credo Apostólico, que cotidianamente é recitado em todas as missas em alto e bom som logo após a homilia sacerdotal.

 A palavra “credo” vem do latim e quer dizer “creio” ou  “confissão da Fé”. Não custa lembrar que, no século terceiro da Era Cristã, a Igreja fundada por Jesus Cristo em Jerusalém (Mt 16,18) já era verdadeiramente a Igreja Católica (universal), pois era a mesma que estava em Roma, em Alexandria, Cartago, Corinto, Constantinopla, Egito, Niceia, até os confins das fronteiras imperiais romanas; toda ela unida ao bispo de Roma, sucessor de Pedro. Portanto, a confissão de Fé da Igreja começou a ser definida justamente em um momento em que a Igreja começava a enfrentar desvio da sua crença original apostólica, conforme se verá logo abaixo.

 Com o gigantismo e a universalidade da Igreja, “credos” começaram a surgir. Muitos deles com alguns detalhes que começavam a se desviar da crença original apostólica. Como exemplo, o bispo de Alexandria, Ario, que defendia que Cristo não era Deus, provocando celeuma em toda cristandade. Para pôr fim a essa e tantas outras discussões,  toda a Igreja se reuniu em concílio na cidade de Niceia em 325, confirmado pelo  segundo concílio em 381, na cidade de Constantinopla, onde cerca de setecentos  bispos, teólogos, mestres e doutores da Fé cristã colocaram fim aos primeiros focos de divisão e proclamaram o credo niceno-contantinopolitano que, até hoje, é recitado pela mesma Igreja una, santa, católica e apostólica nos quatro cantos da terra: 

 “Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da Terra. De todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; Gerado, não-criado, consubstancial ao Pai. Por Ele, todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem.Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em Sua glória para julgar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo. Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele, que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e vida do mundo que há-de vir. Amém.”

 

Eis aí o centro da Fé católica, a confissão de Fé da Igreja de Cristo. Mas, se você não é católico e insiste em acusar os católicos de idolatria, deixamos aqui a célebre frase do teólogo Clemente de Alexandria (150 – 215)“Quem não aprendeu a palavra pode se escudar atrás de sua própria ignorância. Mas quem a conhece e persiste no erro receberá maior dano quanto maior seja sua sabedoria”.