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Desde 1º de janeiro de 2009, quando o prefeito Dr. Roberto Hamamoto, junto com seu vice Gersinho Romero assumiu o comando da prefeitura de Caieiras, um amplo trabalho de reestruturação e modernização da cidade foi iniciado. A dedo, foram escolhidos profissionais qualificados para ocuparem as pastas do novo governo. Em dois mandatos seguidos os resultados foram aparecendo, todos os tipos de adversidades foram sendo superadas e a base da equipe de 2009 praticamente foi mantida até hoje, atestando assim o sucesso da gestão.

Próximo do fim, o governo de Hamamoto recebe os louros de uma gestão de transformações históricas, mas a espremida vitória do seu vice Gersinho Romero nas eleições recentes, coloca-o numa berlinda. Para entender a dramaticidade do futuro chefe do executivo gerada pelo resultado das urnas, é necessário observar a lógica da matemática dos votos recebidos. 

Gerson Romero, ao longo de 16 anos junto com Hamamoto, acumulou sucessivas vitórias nas urnas construindo uma coalizão partidária gigantesca, o que proporcionou um sólido grupo político para mais uma disputa majoritária ocorrida em outubro deste ano. No entanto, para tornar possível à população comparar as propostas apresentadas pelos candidatos – em especial as de Gersinho -, de modo a transformar seu legado de vitórias, em votos, era necessário que sua equipe de marketing fosse no mínimo profissional, certeira e eficaz, o que as urnas deixaram claro que não foi. Basta levar em consideração que apenas o vice, Adriano Sopó, trazia da recente disputa da eleição para deputado estadual, nada menos que,16 mil votos, somado a 7 das 10 cadeiras na câmara conquistadas com 31.050 votos nos 78 candidatos a vereadores. De todo esse montante, apenas 52% foram votos ao prefeito eleito. Por essa lógica matemática, o fiasco marqueteiro da equipe de publicidade de Gerson é inconteste, sem comparativo na região, sem precedentes na história da cidade. 

De fato, Gerson venceu! Para alguns é o que basta, mas para a conjuntura política atual, os números das urnas recaem sobre ele em forma de pressão de uma ampla coalizão de forças políticas, que sentem-se responsáveis diretos por sua vitória e cobram espaços nas instâncias do poder. Do outro lado, os derrotados nas urnas estão enxergando neste momento, a oportunidade única para ganhar espaço no novo governo com a promessa de não migrar para o exército agigantado de opositores. Somam-se ainda alguns comissionados dos derrotados em Mairiporã e Francisco Morato que buscam no gabinete do prefeito eleito uma oportunidade para “vender suas mediocridades”.

Diante desse complexo “jogo de xadrez”, Gersinho tem um dilema: como abrir espaços na administração para os históricos e leais correligionários se os espaços na máquina pública estão ocupados por uma equipe de profissionais qualificados, testados e com vasta experiência administrativa? Como negociar cargos numa gestão que já enxugou ao máximo o quadro de funcionários? Como atender pedidos de emprego se a crise nacional pressiona os municípios de tal modo que os prefeitos são obrigados a cortarem mais cargos?

Por sua vez, Gerson sabe que será cobrado, comparado, pressionado e precisará apresentar resultados num curto espaço de tempo. Apostar no desmonte dessa atual equipe para abrir espaços para incógnitas, visando o atendimento de apoiadores, de opositores e de “vendedores de mediocridades” pode ser um tiro no próprio pé, e ainda um presente para uma oposição agigantada. 

 

Diante desse dilema, sobram pistas bem claras de como será o novo governo. Vale lembrar que antes de ser político, Gerson é um empresário de sucesso, pensa e age com mentalidade empresarial. Óbvio que como gestor, é extremamente pragmático, portanto, cobrará resultados imediatos da equipe provisória que está sendo ajustada nesse momento transitório. Desta forma, não se pode esperar de Gersinho complacência por algum funcionário público incapaz de realizar trabalhos em grupo ou que simplesmente se contente em apresentar resultados medíocres, principalmente por se tratar de uma cidade que cobra do poder público grandes e imediatos resultados.  Ou seja, o período transitório iniciado, nada mais é que um teste para os primeiros meses de 2017.