Uma Cidade Educadora é aquela que, para além de suas funções tradicionais, reconhece, promove e exerce um papel educador na vida dos sujeitos, assumindo como desafio permanente a formação integral de seus habitantes. Na Cidade Educadora, as diferentes políticas, espaços, tempos e atores são compreendidos como agentes pedagógicos, capazes de apoiar o desenvolvimento de todo potencial humano.

Este conceito ganhou força e notoriedade com o movimento das Cidades Educadoras, que teve início em 1990 com o I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, realizado em Barcelona, na Espanha. Neste encontro, um grupo de cidades pactuou um conjunto de princípios centrados no desenvolvimento dos seus habitantes que orientariam a administração pública.

Olhando para a América Latina, mais precisamente para Caieiras, desde 1990, sempre esteve igual a qualquer outra cidade que apenas contém educação, que permanece em estado de conflito com os números avaliativos do governo federal e estadual para mostrar aos eleitores municipais que a cidade é competente para educar para o mercado, não para a vivência na cidade.  Mas é indiscutível que de forma natural a cidade dos Pinheirais vem se movendo para entrar no seleto grupo das 485 cidades do mundo que priorizam a educação de seus pequenos cidadãos para a vivência na própria cidade.

Não é por menos que o grande número de atividades envolvendo os alunos da secretaria municipal de ensino em áreas de esporte, cultura, lazer e meio ambiente atestam que a cidade caminha no sentido do desmonte do status quo daquela cidade marcada pela forte presença das tradicionais famílias de emancipadores nos departamentos públicos, tanto no executivo como também no legislativo.

A rigor, pela estrutura educacional que Caieiras dispõe hoje, basta apenas  que o governo eleito democraticamente junto com a Câmara Municipal se comprometa a incentivar novos projetos em educação, os quais  podem ser resumidos nas seguintes palavras da Carta das Cidades Educadoras “hoje, mais do que nunca, as cidades, grandes ou pequenas, dispõem de inúmeras possibilidades educadoras”, devendo “ocupar-se prioritariamente com as crianças e jovens, […] numa formação ao longo da vida”.

Por esta carta preconiza-se a possibilidade de as cidades pelo mundo converterem o espaço urbano em escola. Ou seja, uma escola sem paredes e sem teto, onde todos os lugares são salas de aula: ruas, parques, praças, igrejas, rios, favelas, galerias etc.  A cidade que educa integra a educação formal onde se aplicam conhecimentos sistematizados, e a informal em que cabe todo tipo de conhecimento. A cidade que educa ensina todos os cidadãos, do bebê ao avô, por toda a vida.

Numa cidade educadora ou aquelas que caminham para ser, o governante precisa, conforme ilustra o seguinte trecho da própria Carta (2004), garantir os “princípios de igualdade entre todas as pessoas […]. O direito a uma cidade educadora é proposto como uma extensão do direito fundamental de todos os indivíduos à educação”.

Na prática, o governo municipal deve dotar a cidade de espaços, equipamentos e serviços públicos adequados ao desenvolvimento pessoal, social, moral e cultural de todos os seus habitantes, prestando uma atenção especial à infância e à juventude. Deve ocupar-se prioritariamente com as crianças e jovens, mas com a decidida vontade de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida.

Não se trata, portanto, de fazer da criança uma simples zeladora do espaço urbano, mas responsável pela manutenção da ordem urbana e das decisões coletivas para o bom funcionamento da sua cidade. Este pensamento de crianças e jovens participarem ativamente na vida citadina foi manifestado pelo próprio chefe do executivo caieirense, Gersinho Romero. Não é por menos que o atual prefeito fez a opção por manter todos os projetos que estavam dando certo, ampliando-os e melhorando-os, além é claro de apoiar novos projetos que pudessem de alguma forma, contribuir para a formação, promoção e desenvolvimento de todos os seus habitantes, a começar pelas crianças e pelos jovens. Essa continuidade foi assumida pela secretária da Educação de Caieiras, Shirley Santos, profissional técnica da área da educação física e defensora da democracia e do diálogo saudável, desde os primeiros dias a frente do cargo, sinalizou medidas pedagógicas que visam à relação da criança com o espaço.