Vigora no Brasil um “acordo de Cabuçu” entre o governo e o contribuinte: um entra com a mão e o outro com o tutu. No país, os impostos são mais caros do que aqueles cobrados pela Suíça, que é de primeiro mundo com excelência de serviços públicos para o cidadão – educação, saúde, transporte, previdência etc. Por seu lado, o brasileiro não tem saneamento básico, enfrenta filas no INSS e nos postos de saúde, não tem professores, os alimentos são taxados com todo tipo de imposto, e só ler notícias sobre desvio de verbas públicas, corrupção e político bandido.
Na verdade, o total de impostos, taxas e contribuições recolhido dos brasileiros está em torno de 38% do Produto Interno Bruto – PIB, mais ou menos como nos Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, países nos quais a soma dos tributos anda em torno de 35% do PIB. Nossos vizinhos latino-americanos, assim como os emergentes asiáticos, convivem com cargas tributárias que variam de 13% a 22%. O problema é que a renda per capita desses países é pelo menos oito vezes maior do que a brasileira. Sem falar no que realmente importa: a eficiência tributária.
Nos países maduros com carga tributária semelhante à brasileira, a sonegação é muito menor e o retorno dos impostos, sob a forma de serviços públicos, não tem comparação. Ainda, o brasileiro trabalha seis meses por ano só para pagar os impostos que vão direto para o saco sem fundo do governo, que, sem piedade, todo santo dia inventa mais uma forma de gastar sem freios o dinheiro do trabalhador e do empresário. Por exemplo, por que essa extravagância de manter 39 (trinta e nove) ministérios? Porque o burro de carga do contribuinte é mais manso do que o boi tatá ou do que boi barroso – ambos acostumados com a servidão compulsória, labutam a troco de forragem. Como se vê, no Brasil, cobra-se imposto como na Suíça e se oferece serviços públicos como em Uganda.